Testemunho de Eugénia Fernandes a partir da imagem: "Nesta foto vemos José Marinheiro, meu pai, que naquela altura estava namorando Augusta, minha mãe (nascida em 1897). Ele está de pé tendo em um dos lados um rapaz e do outro lado, minha mãe. O extremo da foto é o que tem um miúdo sentado em uma cadeirinha na primeira fileira. O grupo contido na foto mostra três gerações da minha família. Atualmente, na Fajã dos Padres há uma placa indicando a casa onde vivi na minha infância. Meu pai tomava conta da plantação e a alcunha de Marinheiro se deveu ao fato de também trabalhar no Gavião, barco que fazia a travessia do Funchal ao Campanário (mais precisamente, ao Calhau da Lapa), de onde caminhávamos um bom trecho até em casa (havia parca oferta de transporte terrestre naqueles tempos). Meu pai faleceu em 1960, ocasião em que decidimos deixar a Madeira, até porque alguns dos meus irmãos já haviam partido rumo ao Brasil. A Madeira não oferecia muitas opções de trabalho e o êxodo era um fenômeno importante. O Sr. Henrique passou a ser o novo proprietário do que nos cabia na Fajã dos Padres. Viemos embora no navio Vera Cruz, em 1960. Vivo desde então no Rio de Janeiro, mais precisamente em Niterói. Viemos embora seis meses depois da morte de meu pai."
As filhas Clarice, que está na primeira fila na extrema direita, migrarão para Boston (Maine, Texas), na década de 1960.