Aldeia de "Flechas" em Mavinga

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Mavinga, Jul 73, junto ao kimbo dos flexas

[“Os Flechas nasceram na região do Cuando-Cubango, propagaram-se à vila de Gago Coutinho (Lumbala Nguimbo) e, na fase final do conflito, chegaram à região de Luanda, Luso (Luena) e Caxito, onde assumiram um carácter especial por serem aí antigos insurgentes do MPLA capturados pelas tropas portuguesas.
Na fase final da guerra de Angola, quase todas as subdelegações da PIDE/DGS em áreas afetadas pela atividade insurgente tinham os seus próprios Flechas. Torna-se, por isso, difícil perceber se o sucesso se deveu ao uso de bosquímanos, ou se foi o próprio conceito de «exército privado» liderado exclusivamente pela PIDE/DGS que fez a diferença.
Nenhum grupo de Flechas excedia os 30 elementos e todos operavam, na maioria das vezes, em áreas onde estavam familiarizados com os dialetos e o terreno. No seu primeiro ano de existência, os Flechas atingiram os 600 elementos, subindo o número para cerca dos mil em 1974. Entre 1968 e 1971, nas diversas subdelegações da PIDE/DGS, chegou-se ao número de 489 Flechas na Zona Militar Leste, 255 na Zona Militar Sul e perto de 158 na Zona Militar Norte. Não sendo já a maioria desses Flechas bosquímanos, a sua maior concentração localizava-se na Frente Leste, com as suas principais áreas de operação em torno das cidades de Carmona (Uíge), Caxito, Gago Coutinho (Moxico) e Serpa Pinto (Menongue).
No período compreendido entre 1970 e 1973, a maioria das operações executadas pelos Flechas teve como área de atuação a Zona Militar Leste, num total de 119 missões, das quais 88 ocorreram em 1972. Esse ano acabou por representar um marco na luta contra os insurgentes do MPLA, fruto das rupturas internas no próprio movimento, do desmantelamento de toda a estrutura logística proveniente da Zâmbia, das ações dos Flechas e do esforço coordenado entre os militares, a PIDE/DGS e os congéneres vizinhos da Rodésia e África do Sul."
Bibliografia:
“Os Flechas: a tropa secreta da PIDE/DGS na guerra de Angola”, de Fernando Cavaleiro Ângelo, Casa das Letras, 2017]